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Foto do escritorFernanda Pinto Fernandes

Voltou a cumprir-se a tradição da Vaca das Cordas em Ponte de Lima

Documentada há quase meio milénio, a Corrida da Vaca das Cordas em Ponte de Lima é um espetáculo cada vez mais concorrido, uma tradição que tem lugar na véspera do feriado do Corpo de Deus. Este encontro de várias gerações, de conterrâneos e amigos por Portugal e estrangeiro, junta milhares de pessoas no areal e ruas do centro histórico da vila, para ver correr e desafiar um touro, preso por duas cordas.




multidão junto aos arcos da ponte romana em Ponte de Lima

A "vaca" que, afinal, é um touro tem de cumprir um itinerário. Manda a tradição que, na véspera do feriado de 8 de junho, pelas 18h00, se solte um touro preso e guiado por cordas pela rua do Arrabalde, em direção ao Largo da Matriz, para dar três voltas à igreja.


Depois, os populares acompanham o animal, que segue para o areal do rio Lima, onde muitos "aventureiros" desafiam o touro, numa espécie de "toureio", fintando-o. Por vezes, há acidentes, mas quem conhece esta tradição secular "já sabe ao que vai". Outros, preferem ver o espetáculo de longe, em locais seguros e registar o momento em fotografias e vídeos. Para esta edição, o protagonista foi um touro com cerca de 500 quilos oriundo de uma ganadaria de Montemor-o-Velho.


A noite é outro momento alto desta festa, que dinamiza os bares, restaurantes e tasquinhas do centro histórico de Ponte de Lima, aonde os populares acorrem depois do espetáculo da Vaca das Cordas, para comemorar com música e animação madrugada adentro.


Atualmente, a Vaca das Cordas é organizada pela Associação Defensores da Tradicional Vacas das Cordas.


Tradição da Vaca das Cordas*

Mas, desde quando acontece a realização desta tourada popular à corda, pelo centro da vila altominhota? Desconhece-se a origem, falta informação histórica sobre tal usança, e quanto a documentos, eis o mais remoto de que temos notícia: em 11 de Julho do ano 1604, o município encarrega o fornecedor de carne para consumo dos Limianos, ser obrigado a contribuir com gado bravo para a festa!

Recordemos então o acordado em sessão camarária:


"… Obrigação do marchante obrigado ao corte nos açougues, a dar seis touros para a festa de Corpus Christi, sendo 5 no dia, e um para ser corrido na véspera com cordas".


Esta é a notícia mais antiga referente ao divertimento e usança da população local, anulando alguma desvaria de mitos e lendas como no século XIX era costume apregoar.


Interrompida a realização do velho costume Limiano, principalmente com o advento do Liberalismo e tempos posteriores, por exemplo no ano de 1884 não se realizou. Ressurgiu anos mais tarde, desconhecendo aquando essa reintrodução, mas foi motivo de fotojornalismo: a revista Almanach Illustrado de O Commercio do Lima para 1908, publica uma imagem da festa no Largo de Camões, à boca da ponte, frente ao atual edifício cor de rosa, mandado construir por Alfredo Sousa Machado, após a demolição, iniciada em 1903.


*por Adelino Tito de Morais


FOTO: © David Carvalho







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