A Escola de Engenharia da Universidade do Minho coordena um projeto europeu de aproximadamente cinco milhões de euros que procura soluções tecnológicas de base natural para proteger as infraestruturas críticas. A iniciativa envolve cinco cidades europeias, incluindo Aveiro, e visa minimizar os efeitos das alterações climáticas.
O projeto chama-se NBSINFRA e vai juntar, até 2026, 18 parceiros de relevo, como a UNESCO. A reunião inicial é esta terça-feira, no campus de Azurém, em Guimarães.
"O objetivo passa por delinear estratégias cocriadas pelos cidadãos e que reforcem a proteção das infraestruturas críticas da sociedade, como hospitais, escolas, municípios, áreas residenciais e distribuidoras de energia e telecomunicações", explica a UMinho em comunicado, dando um exemplo: prédios com fachadas e telhados “verdes”, que intercetam a precipitação, reduzindo o volume e o fluxo de escoamento, potenciando também a regulação da temperatura nos períodos de seca.
“Estamos a fazer a avaliação efetiva de soluções que deem resposta às necessidades das comunidades, com vista ao alcance de uma sociedade mais resiliente e capaz de ultrapassar os desafios iminentes dos eventos climáticos extremos”, diz a coordenadora do projeto, Elisabete Teixeira, que é investigadora do Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Engenharia de Estruturas (ISISE) no Departamento de Engenharia Civil da UMinho.
O NBSINFRA – acrónimo de CityNature-Based Solutions Integration to Local Urban Infrastructure Protection for a Climate Resilient Society – está a ser desenvolvido em cinco cidades europeias (city labs). Além do “corredor azul” de Aveiro, incluem-se Praga (República Checa), Colónia (Alemanha), Fingal (Irlanda) e Ruse (Bulgária). O trabalho é multidisciplinar, envolvendo áreas como o design, arquitetura, engenharia, ambiente, sociologia e sociedade civil.
Este projeto cofinanciado pelo Horizonte Europa da UE coloca a UMinho e Portugal em destaque no âmbito da sustentabilidade e distingue-se pelo envolvimento real com a sociedade civil, realça Elisabete Teixeira. “Procuramos avidamente compreender as necessidades, expectativas e propostas de solução dos problemas climáticos e causados pelo ser humano, através do codesign e da cocriação de soluções baseadas ou já existentes na própria natureza”, acrescenta.
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