26 de Novembro, 2024
O mês de novembro despede-se com a mais recente criação da companhia Terra Amarela, “O tamanho das coisas”, que passa pelo Centro Cultural na próxima sexta-feira, pelas 21h30, com um monólogo criado à medida para o ator Paulo Azevedo, que nasceu sem braços e pernas e vem construindo a passos largos uma carreira singular no teatro e na televisão.
“O tamanho das coisas”, uma coprodução do Centro Cultural de Paredes de Coura, Teatro Diogo Bernardes e Cine-Teatro de Pombal, investiga a vida de um homem que está continuamente a mudar de dimensão: ora a crescer até se tornar um gigante a sapatear por entre cidades liliputianas, ora a encolher até uma escala microscópica, quando a menor racha no chão passa a ser um abismo intransponível. Ou será o mundo ao seu redor que está a mudar?
À partida, o tamanho costuma indicar-nos a importância das coisas. Monumentos, arranha-céus, muros com centenas de quilómetros de extensão, montanhas a serem conquistadas, jogadores de basquete da NBA. Quem seria capaz de se orientar num mundo que parece ter sido construído para desafiar as nossas perceções, como uma sala de espelhos distorcidos em que o incrivelmente pequeno e o incomensurável coexistem? Ou como no império imaginário descrito por Jorge Luís Borges, em que os cartógrafos criaram um mapa do tamanho exato do império, a coincidir em todos os pontos. Um mapa que não serve à orientação, mas com lagos, vales e florestas onde os viajantes poderiam se perder para sempre.
Em “O tamanho das coisas”, a determinado momento numa geografia desconhecida e sem qualquer razão aparente, um homem interrompe o seu caminho parando em pleno oceano. Da comparação entre o seu corpo e a escala avassaladora do que o rodeia levanta a questão: será que devo continuar? Até onde vai a utopia de que os heróis resistem infinitamente ao próprio cansaço? Vamos então analisar em conjunto: poderão todas as coisas medir a sua importância pela sua escala de tamanho? Será que nos vemos como gigantes?
FIM DE SEMANA COM GLADIADOR II
Para além do teatro, o cinema também tem o seu espaço na transição de novembro para dezembro com o filme de Ridley Scott, Gladiador II, no sábado e domingo, pelas 15h00 e 21h30, respetivamente.
Anos depois de testemunhar a morte do venerado herói Maximus às mãos do seu tio, Lucius (Paul Mescal) é forçado a entrar no Coliseu depois de a sua casa ter sido conquistada pelos tirânicos imperadores que agora lideram Roma com mão de ferro. Com um sentimento de revolta e o futuro do Império em jogo, Lucius terá de olhar para o seu passado como forma de encontrar força e devolver a honra e glória de Roma ao seu povo.
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