31 de Outubro, 2024
Vila Nova de Cerveira vai ter um Centro de Inovação até ao final do ano, e um Centro de Negócios e ‘Coworking’ em 2025. Na sessão de abertura da Conferência “Inovação, Sustentabilidade e Economia Circular”, na qual foi formalizado o protocolo de cooperação para a criação do Centro de Inovação de Cerveira entre o Município e quatro empresas do ‘Clube dos Fundadores’, o Presidente da Câmara, Rui Teixeira, deixou a garantia: “Trabalhamos com visão para o futuro, que pode e deve ser potenciado pela inovação. Queremos ser uma referência em investigação e desenvolvimento e captar investimento e recursos humanos especializados”.
Para Rui Teixeira, a vigorosa dinâmica empresarial que alavanca Vila Nova de Cerveira como um dos concelhos com maior volume de exportações per capita, “tem de ser potenciada com uma atitude proativa alicerçada na inovação em prol da economia local, apoiando empresas e indústrias que, consequentemente, vão criar mais valor para Vila Nova de Cerveira”. “Hoje, criamos um ecossistema propício ao desenvolvimento de projetos inovadores, reconhecendo a colaboração entre o setor público e privado como essencial para o crescimento sustentável do concelho”, afirmou o autarca cerveirense.
O Centro de Inovação de Cerveira junta quatro empresas fundadoras - Brunswick, Ezpeleta, Vanguard Marine e Pralisa (Grupo MarFrio) - com o objetivo de trabalhar em projetos de inovação e que, até ao final do ano, contarão com um espaço físico que lhe está destinado no edifício da antiga escola superior Galaecia, atualmente alvo de obras de adaptação, na ordem dos 100 mil euros. O ‘Clube dos Fundadores’ é visto como um motor de vantagens mútuas para a Câmara Municipal e o setor empresarial, focando o compromisso em áreas como networking, inovação, desenvolvimento económico, recursos compartilhados, visibilidade, formação e mentoria, investimento.
Já o Centro de Negócios e ‘Coworking’, que representa um investimento de 1ME das contas municipais, será implementado no edifício do antigo quartel dos bombeiros, cujos trabalhos de requalificação devem ficar concluídos no primeiro semestre de 2025. “Queremos criar um espaço para o desenvolvimento de empresas, de acolhimento de startup’s e de novos empresários, com um espaço de reuniões e uma área multifuncional que valorize o bem-estar dos recursos humanos”, sustentou Rui Teixeira.
A Conferência “Inovação, Sustentabilidade e Economia Circular” reuniu diversas entidades regionais e nacionais, com o propósito de exporem e avaliarem o apoio ao futuro Centro de Inovação de Cerveira. Na qualidade de orador no painel ‘Políticas Públicas, Inovação, Sustentabilidade e Economia Circular’, o Presidente da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-NORTE), António Cunha, felicitou o Município por estar a bravar o caminho da inovação, “mas uma inovação demarcada pela sustentabilidade. O que faz a diferença nestes projetos são as especificidades dos territórios, e Vila Nova de Cerveira tem um grande potencial, graças a um tecido empresarial forte, além da localização privilegiada por estar muito próximo de um cluster transfronteiriço. Cerveira é arte, cultura e inovação, e nota-se que a diferença está presente através de um certo pensamento disruptivo”, afirmou.
Enquanto primeiro parceiro com protoloco celebrado em maio, o Presidente do Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP), da Universidade do Minho, Nuno Guimarães, afirmou que “em Vila Nova de Cerveira há empresas com algumas dificuldades de inovação, podendo o PIEP ajudar a ultrapassar. Há imensos desafios e projetos nesta área da sustentabilidade e economia circular. Um sem fim de potencialidades que queremos explorar em Cerveira”.
Por sua vez, o diretor-geral da COTEC Portugal, Jorge Portugal, sublinhou que “Cerveira já construiu o seu futuro há 40 anos com a implementação dos polos industriais, e está neste momento a propor um novo futuro com o Centro de Inovação. Somos uma inteligência coletiva, e temos de colocar a inovação na prioridade das empresas”.
Já da parte da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Sérgio Alves abordou a importância “das ações de capacitação, alertando para a relevância que vai haver em cumprir critérios de sustentabilidade para a captação de fundos europeus. Quanto mais inovadores forem os processos, mais competitivos serão os investimentos económicos”.
Da Agência Nacional de Inovação (ANI), Silvia Garcia, expôs “o esforço grande de Portugal em prol da sustentabilidade”, manifestando disponibilidade para trabalhar ao nível do PRR e nos diversos programas europeus existentes: “o Município de Vila Nova de Cerveira pode participar no programa Cluster VI, no qual Portugal já captou 55ME, 18ME dos quais para empresas”.
A conferência culminou com a partilha do testemunho pessoal e profissional do Chairman da Martifer, Carlos Martins, de uma carreira de sucesso com alguns percalços que, com “muita capacidade de trabalho e inovação”, conseguiu “transformar uma dificuldade num grande negócio”. “O futuro surpreende-nos todos os dias”, arrebatou.
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