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Foto do escritorFernanda Pinto Fernandes

Residência artística a várias mãos junta alunos do IPVC e da Universidade de Vigo



Projeto “Arte em Trânsito 2021” envolve o Município de Monção e 12 alunos do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e da Universidade de Vigo.


Organizado pelo Município de Monção, o projeto “Arte em Trânsito 2021”, que decorrerá em três períodos distintos, junta alunos da Escola Superior de Educação (ESE), do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), e da Faculdade de Belas Artes de Pontevedra, da Universidade de Vigo.


O projeto é desenvolvido em parceria entre uma instituição de ensino pública e estabelecimentos de ensino superior da região transfronteiriça e tem como objetivo criar uma “cumplicidade harmoniosa entre o território vinhateiro de Monção e a vocação artística dos estudantes daqueles estabelecimentos de ensino”.


A ideia é convidar diferentes alunos, em diferentes fases, para trabalharem no mesmo projeto. O primeiro encontro já decorreu e quatro alunos, dois de cada instituição, trabalharam numa quinta produtora de vinhos verdes, passando para a tela um conjunto de configurações geométricas e cores luminosas. Este trabalho a várias mãos “correu muito bem e as alunas gostaram da experiência”, confirmou o professor da ESE-IPVC, Hélder Dias, evidenciando as mais-valias do projeto. “Este projeto tem vários aspetos positivos, desde a criação de redes até à possibilidade de desenvolver um trabalho num contexto diferente”, realçou o professor, sublinhando ainda “o intercâmbio e a importância de conhecer pessoas de outros países com outras abordagens”.

O trabalho ficou incompleto, sendo agora retomado no próximo fim de semana com as alunas da ESE-IPVC, Rita Braga e Lisandra Carneiro, e mais dois alunos da Faculdade de Belas Artes de Pontevedra. Já está marcado para os dias 6 e 7 de maio a conclusão do trabalho. No total, o projeto “Arte em Trânsito 2021” envolve 12 alunos, seis de cada instituição de ensino superior, “numa verdadeira comunhão de ideias e de partilha de experiências artísticas”.


As diferentes etapas desta residência artística a várias mãos estarão patentes ao público na Sala Terroir do Museu do Alvarinho. O resultado do primeiro momento pode ser visto de segunda a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.



“Foi uma experiência enriquecedora para o nosso currículo”

As duas primeiras alunas do curso de Artes Plásticas e Tecnologias Artísticas da ESE-IPVC que abraçaram esta aventura foram Adriana Bacelo e Maria João Gonçalves, que se mostraram “entusiasmadas” com a dinâmica criada para interpretar o território vinhateiro, partindo da sua investigação em artes plásticas e cruzando esse conhecimento com o vinho alvarinho.


Maria João Gonçalves confidenciou ter gostado do desafio. A aluna do terceiro ano da licenciatura em Artes Plásticas e Tecnologias Artísticas viu esta oportunidade “como uma experiência a não perder”. Conhecer pessoas do mundo das artes e alunos espanhóis “chamaram” Maria João Gonçalves para a quinta, onde teve um “apadrinhamento muito forte” dos responsáveis que abriram as portas de casa a este projeto. “Não estava a contar com tanto entusiasmo das pessoas. Foi uma experiência enriquecedora para o nosso currículo e, por isso, desafiei os meus colegas de turma a participar”, referiu a jovem, garantindo que aprendeu muito.


“Esta experiência ajudou-me a levar o método de trabalho para o campo mais profissional e a divertir-me um bocadinho”, evidenciou Maria João Gonçalves que se deixou inspirar “pela história da quinta, pela paixão e pela dedicação das pessoas que integram o projeto”. Na tela, pintada em acrílico, o próximo artista, aluno da Faculdade de Belas Artes de Pontevedra, vai encontrar “muita energia”. “Gosto muito de explorar as cores e os contrastes, por isso, tentei levar para esta experiência um pouco da minha espontaneidade e falta de método, mas também me inspirei em fotografias como referência”, contou. A aluna da ESE-IPVC destacou ainda a importância do intercâmbio, confirmando que foi “um desafio interessante”. Maria João Gonçalves aplaudiu também o facto de “andar na universidade e ter a oportunidade de participar neste tipo de iniciativas”.


Também Adriana Bacelo, que está a frequentar o 3.º ano da licenciatura em Artes Plásticas e Tecnologias Artísticas da ESE-IPVC, admitiu que foi uma “experiência desafiadora”. “Não costumo ter nada planeado e esta foi uma experiência diferente e valeu muito a pena”, confessou. A iniciativa superou as expectativas da aluna, assumindo que “valeu muito a pena” participar no projeto “Arte em Trânsito 2021”. Adriana Bacelo deixou o conselho aos colegas de turma: “aproveitem esta oportunidade, porque não sabemos quando a vamos voltar a ter”. A aluna inspirou-se na quinta, deixou-se “levar” pelas vinhas e há um candeeiro que se destaca na pintura que vai passar para as mãos de um colega da Universidade de Vigo.


No final do projeto (a 22 de setembro de 2022), cada uma das instituições ficará com uma tela, ficando as outras duas telas a pertencer ao espólio do Museu Alvarinho do Município de Monção. Há ainda a possibilidade de se realizar a exposição com itinerância pelas instituições envolvidas.




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