13 de Maio, 2024
Um estudo do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho conclui que 40% das pessoas com a doença de Alzheimer sofrem de psicose. Este transtorno mental leva a distorcer a perceção da realidade e conduz a um maior declínio cognitivo e um prognóstico mais negativo em quem tem Alzheimer, refere o artigo publicado na revista “Neurobiology of Aging”.
O trabalho liderado por Francisco Almeida e Tiago Gil Oliveira teve a parceria da Universidade de Washington (Seattle) e da Escola de Medicina Icahn (Nova Iorque), ambas nos EUA. Os cientistas avaliaram dados pós-morte de 178 pacientes, através de ressonâncias magnéticas feitas a estes ainda em vida. Verificou-se que as regiões do cérebro afetadas em quem tinha sintomas psicóticos eram o lobo temporal e a parte mais à direita do cérebro.
“O estudo alerta a comunidade científica para doentes de Alzheimer com psicose poderem ter um maior grau de patologia e de mortalidade”, frisa Francisco Almeida, citado em nota da UMinho. Este contexto agressivo da doença exige assim terapias associadas, numa fase em que há uma grande probabilidade de ensaios clínicos na Europa neste âmbito passarem para a prática clínica. Entre os sintomas nestes casos estão delírios, como assaltos, e alucinações visuais ou auditivas, que podem ir e vir ao longo do tempo.
A psicose no contexto de Alzheimer pode surgir numa fase precoce ou mais avançada. A equipa do ICVS quer agora compreender o nível molecular das regiões do cérebro afetadas, para desenvolver terapias dirigidas e conferir resistência ao cérebro destes doentes. Outro objetivo é identificar pacientes com uma resposta menos eficaz às terapias propostas e procurar caminhos adicionais.
Foto de capa: Francisco Almeida e Tiago Gil Oliveira
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