A autarquia cerveirense deu hoje nota de que uma perita internacional do programa URBACT, Ileana Toscano, visitou, esta terça-feira, o Castelo de Vila Nova de Cerveira para definir a metodologia participativa que contribua para aproximar este património dissonante da comunidade cerveirense. Chamar a população e várias entidades locais a pronunciar-se sobre o estado atual e a visão futura deste ex-libris concelhio é o desafio proposto.
Resultado da integração do Município cerveirense no projeto ARCHETHICS (Architecture, Citizenship, History and Ethics to shape Dissonant Heritage in European cities), a perita URBACT reuniu com o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, e com os membros que compõem o grupo Local URBACT, com o intuito de auscultar as opiniões e as expetativas em torno deste património edificado.
Manifestamente preocupado com o estado atual de abandono, o Presidente Rui Teixeira reiterou “a necessidade de o Castelo de Cerveira voltar a fazer parte do quotidiano da comunidade”, encarando o projeto em curso como “uma oportunidade para refletir, em conjunto, novas rotas culturais que integrem este monumento nacional no dia a dia dos cerveirenses e dos turistas, recuperando a relação afetiva e histórica entre o Castelo e a sua população, e restaurando a sua centralidade”. Para o autarca, o envolvimento dos jovens na promoção do Castelo de Cerveira, como um novo corredor cultural ‘dentro e fora das muralhas’, “vai construir novos pactos sociais entre as gerações, fomentando novas formas de relacionamento ao repensar este lugar como um bem comum urbano”.
Para os próximos meses, adianta nota da autarquia, "o objetivo do projeto ARCHETHICS passa por alargar esta auscultação à população de Cerveira, envolvendo os mais diversos setores, desafiando a comunidade a cocriar um Plano de Ação Integrado, cujas soluções possam vir a ser testadas através de ações de pequena escala."
A rede ARCHETHICS reúne nove municípios da União Europeia de diferentes dimensões que partilham a presença de um património dissonante desafiante e muito diversificado. Este património comum foi definido por historiadores, arquitetos e especialistas como "dissonante" por transmitir uma ligação problemática entre os elementos físicos (edifícios, ruas, praças, bairros, etc.) e o contexto histórico e político e os valores que os produziram no passado. Além de Vila Nova de Cerveira, fazem ainda parte do projeto AR.C.H.ETHICS (Architecture, Citizenship, History and Ethics to shape Dissonant Heritage in European cities) o Município de Cesena (Itália), na qualidade de coordenador do projeto, e as cidades de Kazanlak (Bulgária), Cracóvia e Gdansk (Polónia), Bétera (Espanha), Leros (Grécia), Leipzig (Alemanha) e Permet (Albânia).
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