A Biblioteca Municipal de Ponte de Lima inaugura, amanhã, pelas 17h00, a exposição “Recordar Beato Francisco Pacheco: missionário e mártir”, que ficará patente ao público até 30 de junho. O arquiteto João Abreu e Lima proferirá depois uma palestra intitulada “O local de nascimento” do Beato, após pesquisas realizadas há anos.
Volvidos 397 anos sobre a morte do Beato Francisco Pacheco (1626-2023) o Município de Ponte de Lima, em parceria com a Paróquia de Santa Maria dos Anjos, evoca a vida desta figura de referência na história da missionação religiosa.
Uma festa religiosa, simples e invulgar, ocorrerá amanhã, 20 de junho, na Paróquia de Santa Maria dos Anjos, na vila de Ponte de Lima, pelas 19h00. Trata-se de evocar o mártir, missionário e Grande Limiano Beato Francisco Pacheco (1566? - 1626), no aniversário do seu martírio, nesse dia do longínquo ano de 1626, em Nagasaki, no Japão.
A data será assinalada por iniciativa do pároco, Monsenhor José Caldas e um grupo de Pontelimenses divulgadores da sua terra dentro e fora do país. Numa dessas deslocações, a comitiva visitou o Vaticano e Roma, entregando ao Reitor Monsenhor Agostinho Borges, na Igreja Santo António dos Portugueses, imagem do missionário jesuíta.
Com a nomeação do postulador da causa de canonização do Beato, o Padre João Caniço, da paróquia do Lumiar, Lisboa, nomeado pelo Vaticano, decorrerão outras iniciativas de divulgação e promoção do culto ao Beato Francisco Pacheco, por iniciativa desse grupo de Limianos que iniciou o trabalho há ano e meio depois de regressado de Itália e em colaboração com outras entidades como o Município de Ponte de Lima e a paróquia de Santa Maria dos Anjos e seu Pároco, Monsenhor José Caldas.
Outras ações de promoção do culto do Beato estão previstas, dentro e fora do país, mormente com divulgação da sua imagem esculpida em marfinite, desde já para Espanha, França, Holanda e Suécia.
Beato Francisco Pacheco
No Portugal quinhentista – em plena regência do Cardeal D. Henrique por menoridade de D. Sebastião – nasce na vila de Ponte de Lima, em dia incerto, no ano de 1566, Francisco Borges Pacheco. Fidalgo de geração – os pais, Garcia Lopes Pacheco e Maria Borges de Mesquita provinham de nobre linhagem – recebe uma educação profundamente religiosa, que observa com particular devoção.
Viveu pela Fé e morreu por ela. Gratuitamente, sem contrapartidas, apenas pela convicção de que a sua incumbência era essa: a missionação plena, a evangelização universal com autossacrifício – o martírio pro fide. Nobre na origem, quis a devoção a Cristo retirá-lo da secularidade ainda pequeno. Despediuse da família para se consagrar a uma outra – a Companhia de Jesus, que naquele tempo de expansão ultramarina levava a palavra de Deus a reinos ímpios e distantes. Prometido à verdade das Escrituras, fez-se missionário no Oriente sabendo que a pregação ditaria a sua morte. Aceitou o destino com abnegação e altruísmo martirizando-se para salvaguarda da cristandade, cujas primeiras ações doutrinárias de S. Francisco Xavier se propunha honrar. A intolerância religiosa fê-lo arder na fogueira, mas os seus ensinamentos foram permanecendo, ainda que na clandestinidade. Em 1867, foi a vez de a Igreja reconhecer o seu sacrifício a Cristo elevando Francisco Pacheco a beato.
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