13 de Maio, 2024
30 de julho de 2022: Esta manhã, tomava café no terreiro em Caminha, e entretinha-me com o telemóvel. Li que não se deve matar as baratas com o sapato, e eu concordo. Matar uma barata com o sapato é feio, arrepiante, e quase tão nojento como tirar macacos do nariz.
Mas há gostos para tudo. Na esplanada, um pouco afastado do lugar onde eu estava, e ainda bem, um cavalheiro, com ar de intelectual, enroscava prazerosamente o dedo apontador nos buraquinhos da proeminência facial.
Não sei porquê, mas curiosamente o tema do extermínio das baratas foi ontem abordado em casa dos meus cunhados Chico e Eduardina, que nos convidaram para jantar. Alguém lá disse que as eliminava com o aspirador. Mas que raio de estratégia, pensei eu. O barulho do aparelho afugenta os repelentes bichinhos. E o instrumento nem sempre está à mão de semear.
Cá com os meus dotes de especialista de minas e armadilhas, aperfeiçoados na instrução militar, engendrei uma técnica que reputo de eficaz, e passo a descrever. Localizado o indesejável animal nos fundos do móvel ou na frincha do rodapé, nada de o afugentar. Espera-se pelo anoitecer. Então, espalha-se uns pozinhos de pirlimpimpim açucarados e previamente embebidos em solução de naftalina. Depois, estende-se um fio de azeite até um pequeno paralelo de granito, de preferência em plano inclinado.
Pobre do bicho. Apagada a luz, sai do seu esconderijo. Fica esgrouviado ao inalar os pozinhos, começa a andar à roda, a andar à roda, escorrega no fio de azeite e vai estatelar-se conta o paralelo. É fatal!
Ilídio Saleiro
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