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Foto do escritorFernando Pinheiro

O céu de Dezembro de 2021

A primeira efeméride significativa deste mês irá ocorrer ao raiar da aurora de dia três, altura em que assistiremos ao nascimento da Lua um pouco abaixo do planeta Marte.


Este evento repetir-se-á no último dia deste ano. Mas enquanto da primeira vez ocorrerá junto à constelação da Balança, quatro semanas depois iremos encontrar estes astros junto a Antares, o coração da constelação do Escorpião.


O primeiro sábado do mês coincidirá com a Lua Nova, a passagem da Lua pelo seu perigeu (plano da órbita em torno da Terra) e pelo plano da órbita terrestre. De tal combinação de coincidências resultará um eclipse solar total que apenas será visível na sua plenitude numa faixa ao longo da Antártida e, parcialmente, nos extremos mais a Sul dos continentes Africano e Australiano.


Entre o início da noite dos dias seis e nove, aperceber-nos-emos como a Lua se irá deslocando no céu, passando ao lado dos planetas Vénus, Saturno e Júpiter.


Quanto a Mercúrio, só a meio do mês é que este começará a estar o suficientemente afastado do Sol como para permitir a sua observação. Aos poucos Mercúrio irá deslocando-se para leste, passando ao lado de Vénus no dia vinte e nove.


Bem antes disso, a Lua atingirá a fase de quarto minguante ao início da madrugada de dia onze.


Três dias depois desta efeméride terá lugar o pico de atividade da chuva de estrelas Gemínidas. Estes meteoros estão associados ao asteroide 3200 Faetonte, um objeto que poderá ter sido em tempos um cometa. Noutros anos chegaram a observar-se até uma centena e meia de meteoros por hora. Mas em 2021 o pico de atividade da Gemínidas ocorre a poucos dias da Lua Cheia, sendo, portanto, de esperar um número substancialmente menor.


Relativamente à Lua Cheia, esta dar-se-á no dia dezanove, isto é um dia depois da Lua ter atingido o ponto da sua órbita mais afastado da Terra (o apogeu).


Pelas 16 horas de dia vinte e um a Terra atinge o ponto da sua órbita em que o polo norte terrestre tem o maior afastamento angular relativamente ao Sol. No nosso hemisfério chamamos a este instante de Solstício de inverno, calhando no dia mais curto do ano e em que o Sol se apresenta mais baixo no céu, sinalizando assim o início do inverno.


A madrugada de dia vinte a Lua irá passar em frente da estrela Eta da constelação do Leão (Eta Leo). No continente esta ocultação lunar começará pouco depois das quatro horas da madrugada, e pelas 3 horas e meia (hora local) nos Açores, durando cerca de uma hora e meia.


Finalmente o último quarto minguante deste ano irá coincidir com a última segunda-feira.


Boas observações!


Figura 1: Céu a oeste ao início da noite de dia 6, com a posição da Lua nas noites de dias 6, 8 e 11.

Figura 2: Céu a Sudeste ao início da madrugada de dia 14, com o radiante da chuva de estrelas Gemínidas, e a posição da Lua nas noites de dias 18 e 23.

(imagens adaptadas de Stellarium)


Fernando J.G. Pinheiro é investigador do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e do CITEUC - Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra. Os seus domínios de especialização incluem a Astrofísica, Geomagnetismo e Meteorologia Espacial. Para além do seu trabalho de investigador, já exerceu funções nos órgãos sociais da Sociedade Portuguesa, e coordenou o grupo Solar System Science do CITEUC. Para além disto, Fernando Pinheiro é colaborador regular em atividades de divulgação científica.



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