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Foto do escritorFernanda Pinto Fernandes

Mário Rocha mostra "Pedaços do Silêncio" no IPVC



Inauguração está marcada para dia 6 de abril, às 16 horas, na Oficina Cultural do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC). A exposição pode ser apreciada até 6 de junho.


Os trabalhos, que vão da pintura à escultura, são o resultado do tempo de pandemia e o artista plástico pretende “espicaçar” a curiosidade e levar “a uma reflexão profunda sobre o comportamento das pessoas”. Estas obras foram ainda “uma espécie de terapia” para Mário Rocha, que recentemente foi submetido a uma cirurgia após lhe ter sido diagnosticado um cancro.

Depois da exposição “Olhares do Silêncio”, apresentada em meados de 2021, onde Mário Rocha regista “o terror” da pandemia, nesta exposição o artista aproveita para convidar o público a fazer uma “reflexão profunda” sobre tudo o que se passou e continua a passar em tempos de pandemia. No total são mais de 20 quadros em acrílico sobre tela e ainda alguns em acrílico sobre papel. Integra ainda a exposição um painel em cerâmica e um conjunto de três peças de escultura com alturas diferentes.


“Todas as peças mostram algo diferente, porque também eu não sentia a mesma coisa todos os dias”, confessa o artista.

O fundador da Arte na Leira, evento de relevância no panorama cultural e que o Politécnico de Viana do Castelo é um dos parceiros, revela ainda que esta exposição foi “uma espécie de terapia”, já que Mário Rocha foi recentemente operado após lhe ter sido diagnosticado um cancro. “Durante esta fase, o trabalho ajudou-me a não pensar nos problemas de saúde e a encarar tudo o que estava a acontecer de forma mais natural”, assume o artista, admitindo que “a arte foi fundamental em todo este processo”.


Mário Rocha é, nas palavras do presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Carlos Rodrigues, “um nome incontornável da pintura portuguesa contemporânea, sendo um artista multifacetado”. Um artista que, acrescenta o presidente, “tem também a preocupação de formar centenas e centenas de jovens em inúmeras áreas de expressão sempre com entusiasmo e amor à arte e à cultura”. Sobre esta exposição, Carlos Rodrigues endereça um “reconhecido agradecimento por tudo que Mário Rocha faz pela arte e pela cultura, permitindo que aconteça magia no meio da natureza”.


Sobre “este silêncio que grita da tela”, o administrador dos Serviços de Ação Social (SAS) do Politécnico de Viana do Castelo, Luís Ceia, destaca que é “a sábia mão do Homem, que assina Mário Rocha, que conduzida pela ponta do pincel faz dos pedaços um manto de silêncio que faz brotar de sentimentos e ilusões”.


Também a ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, escreve no catálogo da exposição que os quadros evidenciam “a fragmentação a que a vivência da pandemia nos conduziu: isolamento, silenciamento, solidão”. Esta fragmentação, continua Isabel Pires de Lima, “é mostrada pelo pintor através de manchas de cor e de figurações de rosto, conjugando, como é habitual na sua pintura, o figurado e o abstrato”. Para a ex-ministra, a exposição “Pedaços do Silêncio” podia também chamar-se “Desejo de Fala”.


Já o artista Gil do Carmo escreve que “o querido Mário, ao voltar à terra, faz da solidão ser solitário, da música introspetiva da vivência única do campo”. O artista continua, referindo que o trabalho de Mário Rocha é “retalho a retalho, transladado do silêncio, dos elementos fundamentais de quem fugiu da cidade para encontrar a sua verdade”.






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