14 de Setembro, 2024
Arrancou ontem mais uma edição do festival Viana Bate Forte, tendo registado milhares de pessoas para assistir aos oito concertos gratuitos, espalhados por três palcos. A noite fechou com “prata da casa”, na Praça da Erva, com a DJ Inês Meira, conhecida no meio artístico como “Klin Klop”. Hoje, é o último dia do festival e há mais concertos para ver com entrada livre.
O primeiro concerto da noite arrancaria com Picas (nome artístico de Maria Casal), às 21h00, no Palco da Erva, situado na Praça com o mesmo nome. Timidamente, foi-se juntando algum público para assistir ao concerto da jovem de 25 anos, natural do Porto.
Mais composta, a Praça da Liberdade preparava-se, pelas 21h30, para o concerto da Ala dos Namorados, com o público a entoar as canções acompanhando a energia do vocalista da banda, Nuno Guerreiro.
Já na Praça da República, Ricardo Ribeiro subia ao palco acompanhado pelos seus músicos para um concerto mais reservado, que também juntou algum público. Noutro palco, pelas 22h45, atuava Khiaro, na Praça da Erva.
Os Quinta do Bill subiriam ao palco instalado na Praça da Liberdade, alguns minutos após a hora marcada, mas nem por isso o público arredou pé, cantando e dançando as músicas mais conhecidas do grupo, como "Se Te amo", "Voa" ou "A Saudade Aperta".
De volta ao Palco da República, pelas 00h15, os portuenses Blind Zero (Miguel Guedes, Nuxo Espinheira, Vasco Espinheira e Pedro Guedes) juntavam já uma vasta multidão para assistir ao concerto. Miguel Guedes, o vocalista e fundador dos Blind Zero, cumprimentava o público efusivo, dizendo que “quando olho cá para acima, vejo Viana”. Alguns dos maiores êxitos da banda - que está a celebrar 30 anos -, não ficaram de fora da set list, como “Shine On”, “Slow Time Love”, assim como o single de avanço do novo álbum Courage and Doom (editado em maio deste ano), “Running Back to You”.
Já passava um pouco da 01h00 da manhã, quando os Linda Martini (André Henriques – voz e guitarra, Cláudia Guerreiro – baixo e coros, Hélio Morais – bateria e coros e Rui Carvalho – guitarras) subiram ao palco da Liberdade. Também aqui, o público acompanhou a banda a cantar as músicas com mais airplay, como “Boca de Sal”, “Eu nem Vi”, “Mulher a Dias”, entre outros êxitos.
A fechar a noite, a vianense Inês Meira, em formato “Live” apresentava-se no Palco da Erva com o seu projeto Klin Klop. Falámos com a artista no final do concerto.
O nome Klin Klop foi inspirado numa viagem que Inês Meira fez a África, onde os pais viveram e ainda vivem, mais concretamente, em Moçambique, e decidiu juntar estes dois dialetos. Klin significa “som” e klop significa “batida”, em Afrikaans, explicava-nos a produtora, compositora e designer de som, que se iniciou no mundo da música aos 7 anos de idade, a tocar violino na Escola Profissional de Música, em Viana do Castelo, com foco na música clássica. O violino nunca a deixou e foi a faísca para se aventurar no mundo da eletrónica.
“É a primeira vez que atuo na Praça da Erva; foi incrível! Já toquei bastantes vezes em Viana como DJ set, esta é a primeira vez que trago banda ao vivo e é uma experiência única”, revelou a artista que foi mãe recentemente e, por isso, considera que este “foi um bom recomeço, começar na minha cidade natal”. No Palco da Erva, Klin Klop fez-se acompanhar de outros elementos para um formato live. “Acho que esta banda tem potencial; tenho muitos mais elementos da banda que dá para crescer até quinteto, sexteto, e por aí fora, até uma orquestra…”, brincou a artista, que defende a performance ao vivo. “É o erro humano, a essência e a genuinidade que o computador nunca vai poder substituir”, afirma Inês Meira, numa altura em que a Inteligência Artificial avança a uma velocidade um tanto assustadora, podendo vir a ameaçar muitos empregos que usam tecnologia.
Em relação ao festival Viana Bate Forte, a artista viu “um público animado”, que “já estava à espera deste momento há algum tempo”, contou. Apesar do bom ambiente, a artista apontou algumas críticas à organização do festival, considerando que “isto é um concurso público e as regras serem um bocado chocantes hoje em dia qualquer empresa poder concorrer quando isso não faz sentido, e as coisas têm de ser com antecedência e não em cima do joelho”, defendeu, dando o exemplo: “Nós só soubemos a confirmação deste concerto no dia 3 de setembro; é muito pouco tempo para preparar todo um festival e todas as bandas, os músicos, toda uma preparação que é preciso ser feita e não dá com 10 dias.” Inês contou que vai aproveitar para assistir aos próximos concertos, que seguem este sábado no Viana Bate Forte.
Este sábado, o Palco da Liberdade recebe Ana Bacalhau (21h30), Tiago Bettencourt (23h15) e Drenchill (01h00). O Palco da República vai receber Cláudia Pascoal (22h15), LEO2745 (00h15) e o Palco da Erva acolhe Malva (21h00), João Gil (22h45) e Skinny Wolf (01h00).
Recorde-se que o festival promovido pela Câmara Municipal de Viana do Castelo surgiu em 2016 com o propósito de atrair ao centro histórico públicos diversos, de todas as idades, promovendo a mobilização e integração de pessoas, o bem-estar e a fruição de um património natural, arquitetónico e cultural. Foi pensado e planeado para reunir diversos estilos musicais, para todo o tipo de público, abrangendo todas as faixas etárias, em concertos promovidos em diferentes espaços urbanos e acessível a todos.
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