O “Jardim do Diálogo” é o jardim mais votado pelo público que visitou a edição 2021 do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima – FIJ sob o tema “As Religiões nos Jardins”.
O “Jardim do Diálogo”, que alcançou 34,6% das preferências do público, representa “um símbolo de diálogo e respeito mútuo entre as diferentes religiões do mundo”. “O jardim é dividido em 7 espaços separados que representam as 7 religiões mais amplamente difundidas em todo o mundo. Pode visitar o jardim islâmico, o jardim cristão, o jardim judeu, o jardim do taoismo, o jardim hindu, o jardim budista e o jardim étnico. Os jardins individuais são simplificações destinadas a cada projeto de jardim específico. Na realidade, cada estilo é muito mais complexo, no entanto, usamos apenas os símbolos principais, elementos básicos e vegetação única para demonstrar os diferentes estilos.
Existem paredes feitas de estacas de madeira que separam cada jardim. A característica importante é que essas paredes estão incompletas, de modo que os jardins não ficam estritamente separados. Isto pretende simbolizar as ideias e valores comuns compartilhados entre as diferentes religiões.
A parte central de todo o desenho deste jardim mostra um elemento que todas as religiões tinham ou têm em comum. A árvore sagrada. Podemos encontrar árvores sagradas em todo o mundo. Existem árvores que representam o símbolo da vida e também o símbolo da conexão entre Deus (Natureza) e um ser humano. Essas árvores foram elogiadas por seus aspectos espirituais, místicos e bioenergéticos. E também, havia a Árvore do Éden. Existem diferentes espécies de árvores sagradas, mas para o nosso jardim, escolhemos uma oliveira como símbolo de paz.
Outro elemento compartilhado por diferentes religiões é o local de contemplação sobre Deus. Cada jardim é composto por um local para sentar e pensar (orar) ou apenas relaxar com vista para a oliveira (paz). Cada estilo de jardim tem uma forma diferente de sentar que reflete os costumes culturais específicos.”
A ideia deste projeto é da autoria de uma Arquiteta paisagista da República Checa, Magda Jandová, em parceria com os Viveiros Adoa, de Vigo – Espanha, que asseguraram a conceção técnica.
O segundo jardim mais votado com 13,9% é proveniente de Itália. “Caixa de Pandora” é da autoria de três arquitetos: Sandro Del Lesto; Silvia Giuffrida e Martina Pappalardo, e reporta-nos para a parábola de Adão e Eva que “comeram o fruto proibido, renunciando para sempre ao Éden. Zeus havia confiado a caixa a Pandora, dizendo-lhe para deixá-la sempre fechada. Porém, motivada pela curiosidade, Pandora desobedeceu a Zeus e, abrindo a caixa, libertou todo o mal do mundo. Antes de a caixa ser aberta, assim como para Adão e Eva, a humanidade vivia livre do mal, do trabalho e da discriminação: os homens eram imortais como os deuses. Depois de abrir a caixa de Pandora, o mundo tornou-se um lugar desolado, escuro e inóspito.”
No âmbito do projeto “O Festival de Jardins Escolinhas” que acontece em simultâneo ao FIJ, o jardim mais votado pelo júri foi ‘'Oração do Anjo da Guarda”, da autoria do Jardim de Infância de Brandara, Agrupamento de Escolas de Arcozelo, da educadora Gabriela Amorim. O Festival de Jardins Escolinhas tem assumido, cada vez mais, um papel determinante na promoção e sensibilização da comunidade escolar limiana para a arte dos jardins e para os problemas ambientais.
O “Jardim do Diálogo” como o mais votado mantém-se na próxima edição do FIJ, em 2022 com o tema as “Alterações Climáticas”.
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