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Foto do escritorFernanda Pinto Fernandes

IV Congresso de Meteorologia e Alterações Climáticas juntou 150 congressistas em Arcos de Valdevez

O IV Congresso Transfronteiriço de Meteorologia e Alterações Climáticas, realizado no dia 6 de maio na Casa das Artes, em Arcos de Valdevez "foi um sucesso a vários níveis", diz o município. A participação de cerca de 150 congressistas "foi um recorde face às edições anteriores" e demonstra que a comunidade está cada vez envolvida e preocupada com as mudanças climáticas que estamos a viver.




pessoas sentadas a uma mesa, com painel atrás

Segundo a organização, este evento atingiu dimensão internacional com participantes vindos da Galiza (Vigo e Ourense) e territórios nacionais mais longínquos como o Alentejo, Lisboa, Leiria, Viseu, Aveiro, Porto, para além de várias localidades do Minho.


Este IV congresso transfronteiriço também foi marcado por um momento significativo, a assinatura do protocolo entre a Autarquia de Arcos de Valdevez e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), formalizando a certificação da estação meteorológica do Centro Ciência Viva de Arcos de Valdevez.


O Presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, João Manuel Esteves, avançou com a constituição de uma rede integrada municipal de estações meteorológicas (RIMEM), distribuídas geograficamente por ambientes microclimáticos diferenciados pelo concelho. "Este projeto pioneiro pretende estar ao serviço da comunidade e dos diferentes agentes locais (segurança, proteção civil, silvicultura, agropecuária, turismo, ambiente) e contribuir para a resiliência face às mudanças climáticas que estamos a sentir e, ao mesmo tempo ser uma ferramenta útil no âmbito do Plano de Ação Climática Municipal.", explica a autarquia em nota de imprensa.

homem de fato e camisa branca discursando num palanque
João Manuel Esteves - Presidente CM Arcos de Valdevez

No quadro das comunicações apresentadas neste Congresso, a comunidade educativa assume estar empenhada em continuar a monitorizar as oscilações e tendências climáticas da região.


O Diretor do CENFIPE - Centro de Formação e Inovação dos Profissionais de educação das escolas do Alto Lima e Paredes de Coura, José Carlos Fernandes, manifestou um grande orgulho nesta organização conjunta com a Autarquia de Arcos de Valdevez e com a parceria direta dos Agrupamentos de Freixo (mentor do Projeto) e do Agrupamento de Valdevez que passa a integrar a RIMEM – Rede Integrada de Estações Meteorológicas - desenvolvendo o Projeto VEZ METEO.

homem de pé falando no palanque
José Carlos Fernandes - diretor CENFIPE

João Manuel Esteves, Presidente da Autarquia de Arcos de Valdevez, referiu que "este é um projeto importante para a região", manifestou o seu agrado pelo sucesso do Congresso, atualidade temática e pertinência das intervenções, pelos projetos das Escolas existentes no terreno e "sobretudo por estarmos a trabalhar em rede", triangulando informações e prestando um serviço à comunidade científica, económica e proteção civil.


O Presidente do IPMA, Jorge Miguel Miranda referiu que "os registos alarmantes deste ano 2023 são sinais que fazem antever um verão muito difícil e prolongado no tempo". Adianta que "os cenários previstos exigem uma responsabilidade acrescida dos comportamentos individuais, uma vez que as entidades públicas poderão não ter meios de resposta atempada."

homem de pé falando ao microfone
Jorge Miguel Miranda - Presidente IPMA

Isaac Gómez, subdiretor Geral de Meteorologia e Alterações Climáticos apresentou o Plano Regional de Adaptação Climática que está a ser implementado na Galiza. A estratégia galega aposta nas energias renováveis até 2050.

oradores convidados sentados à mesa

Susana Bayo, física investigadora da Universidade de Vigo, apresentou estudos dos anos 2021 e 2022 quanto a fenómenos meteorológicos extremos cada vez mais frequentes na Galiza. "Os períodos de seca mais prolongados, as ondas de calor e invernos mais suaves são uma realidade inimaginável, não faz muitos anos, e que agora exigem medidas drásticas de adaptação a um “novo” clima da região galega", frisou.


João Santos, geofísico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), entre os 1000 investigadores de alterações climáticas mais reconhecidos do mundo adianta que "o noroeste da Península Ibérica apresenta um aumento de evapotranspiração, trazendo balanços negativos de água no solo e recorrentes situações de secas mais severas." Defende ainda que setores socioeconómicos importantes na região como a vitivinicultura (Vinhos Verdes), já se têm vindo a adaptar, mas que se terá de continuar e intensificar este esforço nas próximas décadas.


Adriano Bordalo e Sá do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto apresentou a influência dos impactos climáticos no aumento do risco bacteriológico na saúde pública. Revela que "o aumento da temperatura do ar, solos e água, períodos cada vez mais frequentes de secas, inundações e de tempestades, estão a aumentar a densidade de microrganismos, incluindo a dos patogénicos."


Joaquim Alonso do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), responsável da equipa que está a criar o Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, defende a importância da consulta e participação pública para a sua implementação com sucesso.






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