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Foto do escritorFernanda Pinto Fernandes

Investigadora da Universidade do Minho premiada por desenvolver um substituto ósseo bioativo


Helena Pereira, aluna do doutoramento em Líderes para as Indústrias Tecnológicas da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e do Programa MIT-Portugal, foi premiada no VI Concurso Pitch de Investigação do Grupo Compostela de Universidades, na Suíça, por apresentar um novo substituto ósseo com materiais bioativos, que pode ser absorvido pelo corpo humano e permitir a fase natural de regeneração óssea, melhorando a vida dos pacientes. O projeto está na fase exploratória e com testes in vitro nos laboratórios do Centro de Microssistemas Eletromecânicos da UMinho (CMEMS), em Guimarães.

O osso é o segundo tecido mais transplantado do mundo e estima-se que 1.5 milhões de pessoas por ano sofrem uma fratura devido a doenças ósseas, com custos significativos para os sistemas de saúde, explica Helena Pereira. O problema afeta em especial os seniores e a Organização Mundial de Saúde prevê que no ano 2050 haja dois mil milhões de pessoas com mais de 60 anos. Helena Pereira está a utilizar fosfatos de cálcio degradáveis, combinando hidroxiapatita e beta-tricálcio de fosfato, para obter um substituto com dissolução controlada, compatível com a taxa de regeneração óssea, e elevadas propriedades mecânicas, equivalentes às do osso. Isso permite evitar perda óssea, nova cirurgia, imunorreações e outras complicações ligadas a tratamentos comuns. Por exemplo, substitutos sintéticos com titânio, cobalto e crómio têm revelado problemas como libertação de ferro e excessiva rigidez.

“O meu objetivo é criar um produto que se dissolva ao longo dos anos com base em material bioativo; ao mesmo tempo que o osso se regenera, o produto dissolve-se”, explica a investigadora. O fosfato de cálcio já é usado como substituto ósseo, em pessoas com pouco osso. A presente solução funciona como um implante de fosfatos, pois, além de dissolver à taxa de regeneração do osso e de forma controlada, tem propriedades mecânicas equivalentes às do osso. “Essa é a minha principal inovação, graças a uma combinação dos fosfatos de cálcio e do processo de manufatura”, realça a cientista do CMEMS, que está a preparar um pedido de patente e espera que a sua tecnologia venha a consolidar-se e a generalizar-se no mercado. Nascida em Fafe há 31 anos, Helena Pereira é licenciada em Ciências Biomédicas pela Universidade da Beira Interior, mestre em Engenharia Biomédica pela UMinho e está a ser orientada no doutoramento pelos professores Filipe Samuel Silva, da UMinho, e Georgina Miranda, da Universidade de Aveiro. Fez ainda parte da equipa vencedora do concurso de ideias de negócio SpinUM 2019, com a tecnologia “beWOODful” que trata e impregna cor na madeira, e obteve agora o 3.º prémio do concurso de vídeos científicos do Grupo Compostela, com a apresentação “Guided absorption bone substitutes”.




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