Viana do Castelo inaugurou, na passada segunda-feira, o 15.º banco de provas de fogo do mundo, na Zona Industrial do Neiva. Momento contou com a presença da Ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem, e do Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís.
Esta infraestrutura está localizada na Zona Industrial de Neiva e encontra-se na dependência da Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), por intermédio do Departamento de Armas e Explosivos. O investimento de 3 milhões de euros contou com o apoio de fundos europeus (no âmbito do Fundo de Segurança Interna) e do Município de Viana do Castelo.
Com esta nova estrutura, as armas deixam de ir à Bélgica para serem certificadas, passando a ser certificadas em Viana do Castelo, tornando o concelho num cluster de certificação de armamento. Dada a inexistência, até agora, de um Banco de Provas em Portugal, os armeiros e estanqueiros remetiam a totalidade da produção de armas de fogo para testes em países terceiros, bem como uma percentagem das munições carregadas, o que poderá ser agora concretizado no Banco Nacional de Provas de Armas de Fogo e suas Munições da PSP, em Viana do Castelo, diminuindo custos, tempos de resposta e riscos inerentes ao transporte de longo curso.
Este equipamento coloca Portugal e a PSP no standard máximo da qualidade das armas que são introduzidas no mercado, permitindo trazer para Viana do Castelo e para o Norte alguns dos serviços que, por agora, eram disponibilizados apenas em Lisboa, como a desativação, autenticação e numeração de armas.
O Banco de Provas permitirá realizar os testes, perícias e marcações de homologação e aprovação (obrigatórias) das armas de fogo e suas munições de acordo com padrões internacionais. Possibilitará um aumento significativo dos níveis de segurança e qualidade do mercado, melhorará a rastreabilidade e sinalização de alterações/ocultações ilícitas nas armas de fogo e munições e permitirá aumentar a capacidade de resposta e a efetiva colaboração de Portugal com entidades congéneres na resposta a determinados fenómenos criminais.
O Presidente da Câmara Municipal, Luís Nobre, considerou que esta inauguração se assume como “um momento de glória” e de concretização de um “serviço qualificado e especializado da PSP e do país”, sendo também particularmente relevante para a fábrica de armas Browning Viana, “um player com quase meio século de existência que merecia a nossa atenção e empenhamento para continuar a crescer e a consolidar-se”.
O Diretor Nacional da PSP, Magina da Silva, disse que Viana do Castelo entra, assim, num "clube restrito", já que este é o 15.º banco de provas a nível mundial. Assegurou ainda que este foi “um importante projeto que tem muito de simbólico”, destacando a “pronta e permanente cooperação da Câmara Municipal de Viana do Castelo”. Para o responsável, este é um “relevante projeto” não só para a polícia, mas também “para as gentes de Viana do Castelo e do país”. O Banco de Provas está agora em processo de certificação, o que Magina da Silva considerou “um projeto dentro do projeto” devido ao facto de esta ser uma atividade muito regulamentada, devendo entrar em funcionamento integral durante o próximo ano.
Francisca Van Dunem indicou que a inauguração representou “um momento profundamente marcante da vida da PSP” e “constitui um marco nesta área de especialização” da força de segurança que resultou “de uma parceria indispensável e virtuosa entre o poder local e o poder central”. Destacou a participação comunitária de 1,5 milhões de euros, numa “grande aposta da Polícia de Segurança Pública e do Estado Português”.
Anualmente, em Portugal, são fabricadas aproximadamente 100 mil armas de fogo e importados 15 milhões de cartuchos vazios para posterior carregamento, 12 mil kg de pólvora preta e 14 milhões de munições carregadas.
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