Foram hoje batizados e entregues à Guarda Nacional Republicana (GNR) quatro barcos orçados em mais de 3 milhões de euros, construídos pela empresa Navallethes, com estaleiro em Viana do Castelo. O Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e o Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, marcaram presença na inauguração, que decorreu, esta manhã, no pontão exterior da marina de Viana.
São quatro embarcações (Coast Patrol Boats) insubmersíveis (Cassiopeia, Áquila, Draco e Mar dos Açores), orçadas em 3.043.344,12 euros que estão, a partir de hoje, ao serviço da GNR, para controlo e vigilância da fronteira portuguesa.
O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, considerou que “hoje foi um dia histórico para a cidade”, e que “a indústria naval de Viana do Castelo está sólida, está com capacidade de concretização nacional e internacional e que hoje também o que nós testemunhámos é, efetivamente, a demonstração de que há engenharia, há tecnologia, e que há competência na nossa construção naval, independentemente da especialidade”, afirmou o autarca.
“Nós, com as nossas empresas e com nossa escala podemos ter um papel fundamental no que pode ser o novo cluster na área militar, não só para cumprir as necessidades nacionais, mas também internacionais, nomeadamente, da Europa”, defendeu, ainda, Luís Nobre.
Em declarações aos jornalistas, após a cerimónia de inauguração, o Sargento-Chefe Dias, patrão de uma das embarcações, disse que, “em termos de segurança, as embarcações são todas bastante diferenciadas: semirrígidas cabinadas, embarcações muito boas e que permitem, tanto a nível de navegação como da fiscalização, abordagens que sejam necessárias, sendo muito equilibradas e muito versáteis, e permite segurança em altas velocidades.”
Com 13 metros de comprimento e 3,65 metros de boca, as quatro embarcações estão equipadas com três motores de 300 cavalos (cv), podendo atingir os 48 nós [cerca de 90 quilómetros por hora] de velocidade máxima, e foram adquiridas ao abrigo do Fundo para a Segurança Interna (FSI).
Segundo informação prestada pelo Sargento-Chefe Dias, uma das embarcações “fica na zona norte, mais concretamente, em Matosinhos; ficará outra na zona de Lisboa; a outra mais ao Algarve, conseguindo assim termos a costa guarnecida, e uma quarta irá para os Açores”.
Estas embarcações servirão para operações de combate ao narcotráfico, pesca, operações de salvaguarda do ambiente e, ainda, resgates.
Francisco Portela Rosa, administrador da Navallethes, detalhou que “estas embarcações têm características muito específicas para esta atividade: por um lado, elas têm o equipamento e tecnologia de ponta; têm câmaras de visão noturna, que conseguem identificar um barco a 10 Km à noite, por exemplo; conseguem a 5 Km ver a imagem das pessoas que estão a bordo, portanto, é tecnologia bastante sofisticada”, destacou. Têm também “uma capacidade motora de 900 cv, que atingem praticamente 48 nós (quase 90 Km/h), e têm uns flutuadores onde é injetada uma espuma com memória para, no caso de furarem ou receberem um tiro ou algum corte, a volumetria dos flutuadores é sempre a mesma, portanto, o barco estará sempre operacional; ela também é reforçada com kevlar no seu interior, algo que é muito importante para estas Forças Armadas”, considerou Portela Rosa.
O Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, considerou que estas embarcações são “muito importantes” para o país, pois “este investimento que hoje estamos a verificar é o reforço das capacidades da Guarda Nacional Republicana, para o controlo e a supervisão e a regulação da fronteira marítima, nomeadamente, em relação a três crimes: crime de tráfico de droga, crimes ambientais e também o crime de auxílio à imigração ilegal ou rotas imigratórias irregulares”, especificou.
“Este investimento reforça as capacidades de regulação da fronteira marítima, que aliás é um dos compromissos que temos com o Espaço Schengen e com a União Europeia”, afirmou José Luís Carneiro. “Este número é muito relevante e talvez não tenha ainda sido tornado público: nós [Ministério da Administração Interna] até esta reforma da arquitetura da segurança interna, apenas tínhamos capacidades para regular de forma segura 60% da nossa fronteira marítima. Com o contributo da Guarda Nacional Republicana, nós temos capacidade para regular, para fiscalizar, para supervisionar e manter segura toda a nossa fronteira marítima, dado que também uma destas embarcações irá servir na Região Autónoma dos Açores”, concluiu o governante.
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