12 de Junho, 2024
O Instituto de Educação da Universidade do Minho (IE), em Braga, recebe entre 13 e 15 de junho cerca de 150 peritos de todo o mundo para debater a falta de professores e a qualidade da formação docente a nível global. Trata-se da 65ª Assembleia Mundial do Conselho Internacional de Educação para o Ensino (ICET), sediado nos EUA.
A abertura do evento é esta quinta-feira, às 9h30, com a presidente do ICET, Carol Hordatt-Gentles, da Jamaica; a pró-reitora da UMinho, Sandra Paiva; a presidente do IE, Beatriz Pereira; as vice-presidentes dos municípios de Braga e Guimarães, respetivamente Olga Pereira e Adelina Pinto, e a presidente da comissão organizadora e diretora do Centro de Investigação em Estudos da Criança, Assunção Flores.
Há uma priorização dos governos na educação e na formação de professores em particular? O que diz a investigação sobre reconhecimento, recrutamento, capacitação e retenção de docentes? Que fatores explicam a crise vocacional no ensino e que consequências isso traz à sociedade? Estas são algumas das perguntas em análise. Entre os palestrantes há nomes como António Nóvoa, Lin Goodwin e Kari Smith.
CRISE GOLBAL
Em Portugal, o Conselho Nacional de Educação referiu em 2019 que 57% dos professores deveriam aposentar-se até 2030, mas os inscritos em formação de professores desceram 50% nessa década, quando se precisa de 3450 novos docentes por ano, em média. O problema repete-se em países como Alemanha, Suécia, França ou EUA.
A UNESCO alertou para esta “crise global” em 2022, reclamando 69 milhões de professores para se atingir a educação básica universal até 2030, em especial em zonas remotas e desfavorecidas. Na UE, a falta de docentes afeta sobretudo as áreas de ciências, tecnologia, matemática e línguas. Nos EUA, leva escolas a reduzir a oferta formativa, ter turmas maiores e contratar professores não qualificados.
Com base em estudos e em sistemas nacionais bem-sucedidos como Canadá, Finlândia e Singapura, os peritos defendem um maior investimento em políticas no setor, como a formação continuada e sistémica dos professores, a valorização das condições laborais e do estatuto socioeconómico do professor, a articulação teoria-prática ou escola-universidade na formação e sistemas de apoio aos novos docentes, entre outros aspetos.
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