“IUPI - espaço para criar” foi desenvolvido por Paula Azevedo, no âmbito do Mestrado em Design Integrado da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
O projeto “IUPI - espaço para criar”, desenvolvido no âmbito da unidade curricular de Laboratório de Projeto Integrado, do Mestrado em Design Integrado da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo recebeu uma menção honrosa no concurso nacional "O poder do Design: restabelecer o convívio de proximidade durante e após a Covid-19”, da autoria de Paula Azeredo. A aluna, a frequentar o 2.º ano do Mestrado em Design Integrado da ESTG contou que “Não estava à espera de ver o meu trabalho ser reconhecido e fiquei muito feliz. A minha formação é em Design Gráfico e acabei por me aventurar a criar algo novo e gostei muito da experiência”.
Paula Azeredo já “agarrou” um novo desafio para este ano letivo. “Vou começar, no âmbito do projeto do Gás Radão, a criar um jogo direcionado para as crianças numa vertente mais ligada à saúde”, revelou. Para o coordenador do mestrado, este reconhecimento é a prova que a formação lecionada no mestrado é de “qualidade”. “Para nós, equipa docente, esta menção honrosa faz-nos acreditar que estamos no caminho certo”, confidenciou João Martins.
Quando começou o mestrado, Paula Azeredo ainda estava no Brasil com o filho de cinco anos. Entretanto, foi desafiada a participar no concurso com o trabalho que estava a fazer no âmbito da unidade curricular de Laboratório de Projeto Integrado. As candidaturas poderiam ter foco em atividades e experiências de convívio em espaços urbanos e públicos, locais de trabalho, locais de teletrabalho, bairros ou zonas de habitação, casas privadas, transportes e locais negligenciados.
“Como o meu filho é pequeno estava muito incomodada com a falta de interação das crianças. A falta de contato estava a fazer muito mal ao meu filho. Daí comecei a minha pesquisa sobre o que estava a ser feito no mundo e como o Design podia agregar valor nisso. Fiquei ainda mais chocada, quando vi que as escolas estavam a separar as crianças”
A estudante lembrou que ficou ainda mais chocada, quando viu que "as escolas estavam a separar as crianças”, admitindo que a ideia era criar “algo oposto” que permitisse que as crianças pudessem “ter interação com segurança e não sofressem tanto na escola”.
Daí surgiu a ideia de criar um kit de mobiliário, que funciona como um sistema de equipamento infantil anticovid sendo composto por um tapete, um banco com gaveta e uma mesa vertical. O tapete funciona como sinalizador do espaço para a criança, indicando de forma divertida onde ela pode estar. O banco permite que as peças de uso individual possam ser guardadas de forma segura evitando a troca de materiais entre os utilizadores. A mesa vertical, transparente, possibilita interações em grupo de forma segura. Possui ainda uma divertida forma de carrinho, que para além de facilitar o transporte e deslocação, possibilita criar layouts personalizados de acordo com a quantidade de pessoas por grupo. “Esta mesa vertical pode ser levada e montada de diversas formas e dá a oportunidade à criança para interagir com outras crianças. Tem jogos de íman que envolvem mais do que uma criança, dá a possibilidade de uma criança começar um desenho e outra criança o completar e tem inúmeras oportunidades de interação adaptadas ao número de crianças”, explicou Paula Azeredo.
A estudante, que fez a licenciatura em Design Gráfico na Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, está agora no 2.º ano do Mestrado de Design Integrado na ESTG-IPVC. “Cada matéria é uma aventura diferente, mas estou a gostar muito”, assegurou, esperando agora ter oportunidade de apresentar o equipamento infantil anticovid a empresas “a ver se há interesse”.
"Este reconhecimento é a prova que estamos no caminho certo”
O projeto proposto na unidade curricular de Laboratório de Projeto Integrado desafiava os alunos a pensarem em novas soluções e produtos que fossem adequados a um “novo normal” que se estava a viver. “O projeto “Design anticovid” foi desenvolvido durante o primeiro semestre do ano letivo passado e desafiava os alunos a procurarem novas respostas para os problemas que a pandemia impôs”, contou o coordenador do mestrado, João Martins, lembrando que em tempos de pandemia foram “muito bombardeados” por uma onda de adaptações. “Todos os equipamentos e produtos estavam a sofrer alterações de modo a se adequarem às novas regras de segurança e nós quisemos ir um bocadinho mais à frente e projetar soluções de raiz que pudessem servir as necessidades das pessoas”, justificou João Martins, que contou ainda na orientação do projeto com a participação dos docentes Luís Mota e Rui Cavaleiro.
O projeto de Paula Azeredo foi um dos trabalhos desenvolvidos e como estava integrado na temática daquele concurso, os professores incentivaram a aluna a submeter uma candidatura ao concurso. “Fomos agora brindados com esta boa notícia, o que quer dizer que a nossa intuição estava certa”, confirmou o coordenador, admitindo que este reconhecimento “reveste-se da maior importância, porque o concurso tinha na constituição do júri, para além de outras pessoas conceituadas, Alastair Fuad-Luke, professor reconhecido internacionalmente e que tem vários livros sobre Ativismo no Design e sobre Ecodesign, que são obras de referência na formação em Design”, aplaudiu João Martins, sublinhando o facto do projeto da aluna da ESTG-IPVC ter “qualidade”.
“Muito satisfeito” com o resultado da aluna, o coordenador do mestrado aproveitou a cerimónia de receção aos 31 novos alunos do mestrado para “dar o exemplo” de Paula Azeredo. “Esta menção honrosa foi um dos assuntos que partilhei com os novos alunos no sentido de os motivar e incentivar. Disse-lhes que, muitas vezes, o trabalho que desenvolvem com grande esforço e dedicação pode ser reconhecido”, contou o docente, admitindo que este “é um incentivo extra para se empenharem nos projetos”. Este reconhecimento é, ainda nas palavras de João Martins, “a prova que esta formação é uma formação de qualidade” e que a equipa está “no caminho certo”. Entretanto, estão a ser estudadas “todas as possibilidades de chegar mais à frente com este projeto e perceber se há parceiros interessados”, assegurou.
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