O docente do Politécnico de Viana do Castelo, Gonçalo Marques, foi o vencedor da 6.ª edição do Prémio de História Alberto Sampaio, atribuído pela Academia das Ciências de Lisboa, com o ensaio “Do Vinho de Deus ao Vinho dos Homens: o Vinho, os Mosteiros e o Entre Douro e Minho”. Distinção reconhece trabalhos de excelência na área da História.
Gonçalo Marques candidatou-se ao prémio com o ensaio que teve por base a sua dissertação de doutoramento, apresentado na Universidade do Porto em 2011. “Fiz as necessárias revisões bibliográficas e candidatei o meu trabalho, que acabou reconhecido pelo júri, composto pelos professores mais conceituados do país na área da História”, explica o docente da Escola Superior de Educação do Politécnico de Viana do Castelo. E acrescenta, dizendo que o reconhecimento agora feito é o “corolário” do seu trabalho de investigação e do seu trabalho académico, desenvolvido ao longo da última década e meia. “Aquilo que fizemos foi um trabalho verdadeiramente coletivo: com a região, com as pessoas de quem recolhemos informação e com quem aprendemos – porque a história faz-se desta forma, de forma participativa – e também contámos com a preciosa ajuda das fontes documentais, que tivemos oportunidade de consultar”.
A dissertação de doutoramento reflete sobre a importância que as ordens religiosas tiveram na produção da viticultura na região do Minho. “Sabemos que os mosteiros produziam vinho para consumo próprio dos religiosos e das pessoas que trabalham nos campos, mas também produziam o vinho para a eucaristia, por exemplo. Daí o vinho de Deus. Havia um circuito dos vários grupos sociais que acabaram por consumir este vinho”, descreve Gonçalo Marques.
Todo este processo, além de ter sido objeto de estudo para o seu doutoramento, resultou, numa primeira fase, na publicação de um roteiro turístico.
É um “reconhecimento responsabilizador”, afirma Gonçalo Marques
O docente Gonçalo Marques fala de um “reconhecimento responsabilizador”, feito pela “máxima instituição académica fora do circuito das instituições de ensino superior”, que conta com professores catedráticos e coordenadores de renome nacional e internacional. O reconhecimento dos pares é algo, afirma, “absolutamente crucial”. “Como docente - prossegue –, é uma honra e um orgulho, mas também tenho um enorme sentimento de dever cumprido ao receber um prémio”.
O Prémio de História Alberto Sampaio reconhece “trabalhos de excelência na área da História” e tem como objetivo “promover e incentivar investigações de qualidade neste campo”. O ensaio de Gonçalo Marques, pode ler-se na página da Academia das Ciências de Lisboa, destacou-se pela sua “contribuição significativa para o entendimento da história do vinho na região do Entre Douro e Minho, bem como pelo rigor e profundidade da pesquisa realizada”.
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