A Diretora Regional do Norte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Sandra Sarmento, visitou, esta quarta-feira, três freguesias do interior de Vila Nova de Cerveira, acompanhada pelo Presidente da Câmara, Rui Teixeira, de modo a conhecer in loco algumas preocupações identificadas pela autarquia.
O primeiro assunto debatido na reunião prende-se com a obra da Área de Acolhimento Empresarial de Sapardos em execução há largos meses, mas cuja evolução está condicionada devido à existência de um pinhal na envolvência. De acordo com o Município de Vila Nova de Cerveira, "O corte das árvores já foi objeto de duas hastas públicas, tendo sido, entretanto, adjudicada, mas ainda sem autorização por ausência do contrato. Dado tratar-se de uma obra financiada – num investimento de 1.3ME, comparticipado pelo Feder em 750 mil euros -, a rápida intervenção do ICNF é imperiosa, devido ao cumprimento de prazos afetos à candidatura."
O segundo caso diz respeito ao registo de propriedade da Casa Florestal de Cabaninhas, na Freguesia de Covas. "Apesar de o Município de Vila Nova de Cerveira ter aceitado o património devoluto do Estado aquando da transferência de competências, é necessário formalizar o processo junto da tutela, ou optar por um protocolo com o ICNF, que será a via mais célere para se avançar com a criação do Centro de Observação e Valorização Ambiental e Sociocultural", explica o município em nota de imprensa. O objetivo, refere, é "promover um programa para aquele edifício em questão com a finalidade de contribuir para a missão pedagógica e social de interpretação de toda a realidade histórica do Couço do Monte Furado, da Freguesia de Covas e da Serra D’ Arga." Neste momento, a empreitada está contratada e com possibilidade de iniciar a curto prazo, mas carece da resolução do registo de propriedade, para o qual a representante do ICNF ficou de encetar alguns contactos.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, esta reunião revelou-se “extremamente produtiva pela particularidade de ter decorrido no terreno, abordando os problemas no exato local onde estão a acontecer, levantando todas as questões e delineando estratégias para a sua efetiva e imediata resolução”. Rui Teixeira registou “com satisfação as garantias de desbloqueio deixadas pela Diretora Regional do Norte do ICNF para os dois casos mais prementes”.
Durante a visita, a Diretora Regional do ICNF ainda teve a oportunidade de conversar com alguns dos representantes das Unidades de Baldios visitadas, conhecendo os trabalhos de gestão e valorização florestal já executados, bem como procurou delinear estratégias de beneficiação futura.
Entre as preocupações locais manifestadas pelos representantes das Unidades de Baldios está o resultado do corte fitossanitário provocado pelos escolitídeos, um grupo de diversas espécies de pequenos insetos que atacam as resinosas provocando o seu declínio e morte, em consequência dos fogos que circundaram toda a mancha florestal existente nas Unidades de Baldios de Covas e Mentrestido. "Desta forma, adianta o município em comunicado, foram planeadas ações futuras para estas áreas, com cerca de 200ha, nomeadamente a execução de projetos e submissão de candidaturas para a reflorestação, preservação e valorização da fauna e flora, manutenção das galerias ripícolas, rede viária e rede divisional florestal, ficando salvaguardado o apoio direto ou financiado do ICNF."
A visita foi ainda acompanhada pelos três presidentes de junta de freguesia, André Araújo, de Covas, Manuel Esteves, de Sapardos, e Conceição Sousa, de Mentrestido, acompanhada da Presidente dos Baldios de Mentrestido, Carla Gomes.
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