05 de janeiro, 2025.
O Caminho da Geira e dos Arrieiros registou um aumento significativo de peregrinos em 2024, impulsionando o crescimento global das peregrinações a partir de Braga e representando quase metade dos peregrinos que iniciaram a jornada na Sé Catedral.
O ano de 2024 trouxe um crescimento notável para o Caminho da Geira e dos Arrieiros, consolidando-o como um importante itinerário de peregrinação a Santiago de Compostela a partir de Braga. De acordo com os dados divulgados pelo Serviço de Peregrinos de Santiago de Compostela, 509 peregrinos, representando 45,3% do total de 1.124 que partiram de Braga, escolheram este percurso, o que corresponde a um aumento de 26,3% face ao ano anterior. Este crescimento compensou as perdas verificadas nos outros dois itinerários principais com partida de Braga, nomeadamente o Caminho Português Central e o Caminho Minhoto Ribeiro.
No total, 1.124 pessoas que partiram de Braga receberam a Compostela, um aumento de 4,4% em relação a 2023. Este número demonstra a vitalidade das peregrinações com origem na cidade dos Arcebispos.
Apesar da diminuição registada nos outros caminhos com partida de Braga – o Caminho Português Central com 608 partidas (-6,9%) e o Caminho Minhoto Ribeiro com apenas quatro (-81%) – o Caminho da Geira e dos Arrieiros destacou-se com um crescimento global de 26,1%, totalizando 690 Compostelas atribuídas. As associações promotoras estimam, contudo, que o número real de peregrinos ascenda a 1.247, com base em registos fotográficos, uma vez que muitos não solicitam a Compostela.
O Caminho Português Central, na sua variante por Braga, também apresentou um crescimento de 7,6%, atingindo 95.453 peregrinos. Em contraste, o Caminho Minhoto Ribeiro registou uma quebra acentuada (-89,8%), para apenas 16 peregrinos.
A diversidade de nacionalidades entre os peregrinos do Caminho da Geira e dos Arrieiros é notável, com representantes de 25 países, destacando-se Portugal (58,7%), Espanha (25,3%) e a República Checa (4,6%). Peregrinos da Alemanha, Itália, Polónia, Brasil, Austrália, Coreia do Sul, México, Canadá, Nova Zelândia e Porto Rico também percorreram este caminho histórico.
A maioria dos peregrinos iniciou a sua jornada em Braga (73,8%) ou noutros pontos de Portugal (23,3%). Na Galiza, localidades como Cortegada, Ribadavia e Berán, onde se situa o marco do KM 100, foram pontos de passagem importantes.
A motivação religiosa continua a ser a principal razão para a peregrinação (53,9%). A maioria dos peregrinos percorreu o Caminho da Geira e dos Arrieiros a pé (82,8%), com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos (85,7% combinados). Os homens representam 65% do total, com maior afluência nos meses de junho, julho, agosto e maio.
No conjunto, os quatro caminhos com partida de Braga registaram um aumento global de 7,5% de peregrinos que obtiveram a Compostela, num total de 96.165. Incluindo o Caminho Português da Costa, o aumento sobe para 20%, com 170.923 peregrinos a percorrerem os itinerários lusitanos.
O Caminho da Geira e dos Arrieiros ocupa a segunda posição entre os itinerários com maior crescimento percentual (26,1%), apenas atrás do Caminho Português da Costa (42%).
Com início na Sé de Braga e uma extensão de 239 quilómetros, o Caminho da Geira e dos Arrieiros atravessa os municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela do Homem. Nos últimos seis anos, mais de 5.000 peregrinos percorreram este percurso, reconhecido pela Igreja em 2019 e divulgado por diversas entidades.
O percurso destaca-se pelo seu património único, incluindo a Geira, a via romana mais bem conservada do antigo Império Romano Ocidental, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, é um dos poucos caminhos que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.
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