Na passada sexta feira, 9 de dezembro, as Oficinas de Criatividade Himalaya - Centro Ciência Viva dos Arcos assinalaram os 154 anos do nascimento do Padre Himalaya, através de várias iniciativas, com destaque para a inauguração da exposição "Mais perto do Sol".
Em articulação com o Clube Himalaya, da Escola Básica de Távora, a equipa das Oficinas organizou uma exposição, que expõe o trabalho realizado pelos alunos ao longo do passado Ano Letivo. Trata-se de uma exposição de fotografia com as atividades desenvolvidas pelo Clube que, tendo como mote a filosofia do Padre Himalaya, e "tem como objetivo manter vivas a figura, a visão e o legado deste cientista arcuense.", refere o município em comunicado. A comemoração desta data contou com a participação de mais de 150 alunos do concelho nas diversas atividades previstas. Esta iniciativa pretendeu promover a partilha e cooperação entre a escola e as Oficinas, tendo como elo de ligação o Padre Himalaya e o seu pensamento ecológico.
Quem foi o Padre Himalaya?
Manuel António Gomes nasceu a 9 de dezembro de 1868, em Cendufe, freguesia de Arcos de Valdevez. Um de sete filhos de uma família de agricultores pobres, aos 14 anos, os pais enviaram-no para o seminário de Braga, onde viria a ser ordenado padre. Ali, ganhou também a alcunha "Himalaya", pela sua altura desmesurada. Apaixonado por Ciência, dedicou-se a partir de 1897, ao estudo e fabrico de engenhos capazes de concentrarem a energia solar. Partiu em 1899 para Paris, para aprofundar os estudos.
Testou dois sistemas diferentes: a refração por lentes e a reflexão através de sistemas de espelhos. Insatisfeito, investigou as lentes metálicas.
Em 1900, em Neuilly, França, fez o primeiro protótipo. Entre 1900 e 1901, publicou várias patentes, obcecado com a vontade de atingir temperaturas superiores a 1000ºC.
Em 1902, apesar de apesar de um fracasso inicial, conseguiu finalmente a oxidação de nitrogénio a altas temperaturas. Obteve a consagração em Saint Louis, atingindo temperaturas de quase três mil graus Celsius.
Tornou-se membro da Academia de Ciências em 1908 e continuou a investigar energias renováveis até 1920.
Viajou para os Estados Unidos e para a Argentina, onde viveu, de 1927 a 1931.
As suas origens rurais, com forte ligação à agricultura e às crenças e tradições populares minhotas, influenciaram de forma marcada o seu pensamento: manteve ao longo de toda a sua vida um grande interesse pelas culturas agrícolas, em especial nas questões relativas à fertilização dos solos e da produção de adubos e da escolha de plantas e cultivares a empregar em função do solo e do clima. Outra vertente que o influenciaria profundamente foi o pendor para o curandeirismo e para a medicina popular, matéria a que dedicaria grande atenção.
Foi vegetariano e defensor da naturopatia, em particular da fitoterapia e da hidroterapia
Depois de uma vida repleta de atividade, Himalaya morreu em Viana do Castelo, a 21 de dezembro de 1933 e está sepultado em Cendufe.
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