A Câmara Municipal de Viana do Castelo acaba de garantir um financiamento de cerca de cinco milhões de euros para o projeto de transformação do antigo Matadouro Municipal num centro para criação que vai combinar a ciência e tecnologia com arte através do programa Novo Bauhaus Europeu, do Pacto Verde, anunciou hoje a autarquia.
Em nota enviada às redações, o município explica que "O “VIANA S+T+ARTS CENTRE” foi uma das 14 candidaturas premiadas, tendo sido a única portuguesa selecionada, entre as 100 apresentadas de vários países da Europa." O Vereador com os pelouros da Administração Geral, Transição Digital e Inovação, Ricardo Rego, presente na cerimónia que se realizou em Bruxelas, recebeu o anúncio feito pela Comissária Europeia, Elisa Ferreira.
A nota da autarquia adianta ainda que o projeto da Câmara Municipal de Viana do Castelo será, em breve, apresentado publicamente.
"A candidatura, elaborada no âmbito da “Call for Innovative Actions” da European Urban Initiative (New European Bauhaus), foi submetida em janeiro de 2023, com um orçamento superior a seis milhões de euros, sendo agora financiada a 80% pelo FEDER", refere.
O projeto tem por objetivo "a requalificação do antigo matadouro municipal, transformando-o num espaço inovador, inclusivo e cultural que pretende ser um novo laboratório de cidade criativa para estimular a inovação azul impulsionada pelas artes sustentáveis, e por meio da experimentação do conceito S+T+ARTS através de pequenas atividades-piloto ali a desenvolver com vários parceiros locais, nacionais e outros países europeus."
Recorde-se que o antigo Matadouro Municipal de Viana do Castelo foi inaugurado em 1926 e desativado em 1990.
A iniciativa Novo Bauhaus Europeu (NBE) apela a todos os europeus para que imaginem e construam em conjunto um futuro sustentável e inclusivo. Ao criar pontes entre diferentes contextos, promover uma abordagem transdisciplinar e tirar partido de uma participação a todos os níveis, o Novo Bauhaus Europeu inspira um movimento que visa facilitar e orientar a transformação das nossas sociedades de acordo com três valores indissociáveis: sustentabilidade — englobando objetivos climáticos, circularidade, poluição zero e biodiversidade, inclusão — englobando a valorização da diversidade e a garantia da acessibilidade, tanto em termos físicos como de preços, estética e qualidade da experiência das pessoas — através da conceção, de emoções positivas e de benefícios culturais.
O Novo Bauhaus Europeu disponibilizou 65 milhões de euros para projetos inovadores nas cidades, representando 8% das verbas disponibilizadas pelo FEDER. Foi em outubro do ano passado que a Iniciativa Urbana Europeia (EUA) lançou o convite para as candidaturas para apoiar a inovação urbana e as capacidades das cidades para construir um desenvolvimento urbano sustentável, tendo como objetivos a prática dos valores centrais da Nova Bauhaus Europeia (NEB): estética, sustentabilidade e inclusão.
Os projetos deveriam, assim, estar relacionados com quatro temas: construir e reformar com espírito de circularidade e neutralidade de carbono: preservar e transformar o património cultural; adaptar e transformar edifícios para soluções habitacionais acessíveis; e regenerar espaços urbanos.
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