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Foto do escritorFernanda Pinto Fernandes

Alunos da Universidade do Minho realizam escavações arqueológicas em cinco concelhos do país

12 de Julho, 2024

Uma centena de estudantes de Arqueologia da Universidade do Minho está a realizar este mês trabalhos de campo em Albergaria-a-Velha (distrito de Aveiro), Arcos de Valdevez (distrito de Viana do Castelo), Braga, Terras de Bouro e Vila Verde (distrito de Braga). Aqueles alunos de licenciatura e de mestrado têm escavado e analisado vestígios de várias épocas históricas, no âmbito de estágios supervisionados e protocolados com os cinco municípios.





pessoas em escavações arqueológicas

Nas atividades participam ainda alguns estudantes de História, a nível extracurricular, e das universidades Federal de Mato Grosso do Sul (Brasil) e Rovira i Virgili (Espanha). Este tipo de intervenções é realizado há muitos anos em várias geografias, tendo da parte da UMinho o apoio do Departamento de História, do Instituto de Ciências Sociais, da Unidade de Arqueologia e do Laboratório de Paisagens, Património e Território.

 

Em Albergaria-a-Velha, as campanhas decorrem desde 2014 no monte de São Julião, freguesia da Branca, tendo-se identificado restos da estrutura que delimitava há três mil anos o povoado, um monumento funerário (mamoa) e mais de 50.000 fragmentos de cerâmica, entre outros vestígios desde a Pré-História. O foco deste verão é a mamoa, devido à complexidade da sua estrutura e às suas múltiplas utilizações ao longo dos séculos. A ação envolve ainda o Centro de Arqueologia de Arouca e a 24 de julho, Dia Internacional da Arqueologia, o público vai ser convidado a contactar os arqueólogos e participar em atividades.

 

Em Arcos de Valdevez, pesquisa-se desde 2018 a paisagem na freguesia do Extremo, tendo-se já identificado três fortes do século XVII, entre outros. Este ano pretende-se perceber como e quando se formaram os socalcos, analisar materiais arqueológicos e sementes antigas e verificar com os moradores as práticas agrícolas de outrora e os topónimos (caminhos, moinhos, canalizações…), segundo a investigadora Rebeca Blanco-Rotea. O Extremo tem também envolvido alunos de Arquitetura da UMinho e cientistas dos projetos internacionais Land-CST, Rurarq, Cultur-Monts e New Ruralities, tendo apoios como o laboratório IN2Past, a Xunta de Galicia, o Interreg e o Erasmus+.

alunos registando resultados no computador
Alunos em Arcos de Valdevez a registar e documentar os trabalhos

No centro de Braga, as escavações decorrem na parte superior da Colina da Cividade e visam compreender a organização e cronologia daquelas construções da cidade romana de Bracara Augusta, que apontam para a sua ocupação entre os séculos I e VII. A coordenação cabe à professora Fernanda Magalhães. Naquela colina, estudada pela UMinho desde os anos 70 e que inclui teatro e termas romanos, a autarquia prevê a musealização do espaço, um centro interpretativo e um parque urbano para 2025/26. 

estudantes de arqueologia em escavações
Escavações em Braga na Colina da Cividade

Já em Terras de Bouro, a investigação incide na Geira Romana, um troço de 30 Km da via que ligava Braga a Astorga, onde está a maior concentração de marcos miliários do noroeste peninsular, além de pontes, muros e calçadas quase intactos. O município apoia no alojamento, refeições e transporte da equipa coordenada pela professora Helena Paula Carvalho, cedendo o Núcleo Museológico de Campo do Gerês para o trabalho de gabinete e o depósito do material de prospeção. Apoiada ainda pela tutela, a colaboração satisfaz os interesses de ensino e pesquisa académicos e de proteção, conservação e valorização do património local.

 

Por Vila Verde, as escavações no monte do Oural, junto ao rio Neiva, são conduzidas desde 2023 pela professora Ana Bettencourt e pelo arqueólogo Luciano Vilas Boas. Descobriu-se já uma mamoa ou anta com mais de 5000 anos e um aparente átrio para o seu interior, o que acentua o valor desse património funerário das primeiras comunidades de pastores e agricultores locais. Encontrou-se igualmente três monumentos megalíticos, restos de cerâmica e um conjunto de arte rupestre na zona envolvente. A autarquia perspetiva a musealização do espaço, contribuindo para a sua afirmação histórica, cultural e turística.



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